terça-feira, 25 de agosto de 2015

Especial Tolkien- Arquitetura Hobbit:




Todos os hobbits viviam originalmente em tocas no chão, ou assim acreditavam, e nesse tipo de moradia ainda se sentiam mais à vontade; mas com o passar do tempo foram obrigados a adotar outros tipos de habitação. Na verdade, no condado da época de Bilbo, geralmente apenas os ricos e os mais pobres mantinham o antigo hábito. Os mais pobres foram viver em tocas do tipo mais primitivo, na verdade meros buracos com apenas uma ou nenhuma janela, enquanto os abastados ainda construíram versões mais luxuosas das escavações, simples de antigamente. Mas locais adequados para esses tipos de túneis grandes e ramificados( ou smials, como os chamavam) não se encontravam em qualquer lugar, e nas planícies e nos distritos baixos os hobbits, conforme se multiplicavam, começaram a construir acima do solo. Na verdade, mesmo nas regiões montanhosas das aldeias mais antigas, como a Vila dos Hobbits ou Tuqueburgo, ou no distrito principal do Condado, que se chamava Grã Cava e ficava sobre as Colinas Brancas, havia agora muitas casas de madeira, tijolo ou pedra. Estas eram especialmente preferidas por mineiros, ferreiros, cordeiros e careteiros e outros profissionais do tipo, pois, mesmo na época em que tinham tocas onde morar, os hobbits já estavam havia muito tempo acostumados a construir oficinas e barracões.


É provável que o ofício da construção, além de muitos outros ofícios, tenha sido copiado dos Dúnedain. Mas os hobbits podem ter aprendido diretamente com os elfos, os professores dos homens quando jovens. Pois os elfos da Alta Linhagem ainda não haviam abandonado a Terra-média e naquela época ainda moravam nos Portos Cinzentos, no longínquo Oeste, e em outros lugares dentro dos domínios do Condado. Três torres élficas de tempos imemoriais ainda podiam ser vistas nas Colinas das Torres, além das fronteiras do Oeste. Brilhavam de longe à luz da lua. A mais alta ficava mais distante, erguendo-se solitária sobre uma colina verde. Os hobbits da Quarta Oeste diziam que se podia ver o Mar do alto daquela torre; mas jamais se soube de um Hobbit que tivesse estado lá. Na verdade, poucos Hobbits já tinham visto o Mar ou navegado nele, e menos ainda retornaram para contar o que fizeram. A maioria dos hobbits encarava mesmo os rios e pequenos barcos com grande apreensão, e poucos sabiam nadar. E conforme os dias do Condado se alongavam eles falavam cada vez menos com elfos, e se tornaram receosos deles, e desconfiados daqueles que tinham relações com eles; o Mar se tornou uma palavra ameaçadora e um sinônimo de morte, e deram as costas para as colinas e Oeste.

O ofício da construção pode ter vindo dos elfos ou dos homens, mas os hobbits o usavam à sua própria maneira. Não gostavam de torres. Suas casas eram geralmente compridas, baixas e confortáveis. Os tipos mais antigos eram, na verdade, nada mais que imitações construídas de smials, cobertas com grama seca ou palha ou turfa, e com paredes de certo modo arqueadas. Esse estágio, entretanto, pertenceu aos primeiros tempos do Condado, e as construções dos hobbits tinham sido alteradas havia muito, aprimoradas por métodos aprendidos com os anões ou desenvolvido por eles próprios. Uma preferência por janelas e mesmo por portas redondas era a peculiaridade mais importante da arquitetura Hobbit.
 Fonte: Págs. 6 e 7 ( O senhor dos Anéis, A sociedade do Anel)

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