quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Mitologia Nórdica: Chifres nos elmos? Verdade ou Mito?


Totalmente mito! ‘’Muitas imagens fantasiosas foram ligadas a eles( Vikings), e dentre as principais estavam o elmo de chifres, o berseker e a execução medonha chamada de ‘’arreganhado’’( spread-eagle) em que as costelas da vítima eram rasgadas e separadas para expor os pulmões e o coração. Isso parece ter sido uma invenção posterior, assim como a existência do berserker, o guerreiro nu e enlouquecido que atacava num frenesi insano. Sem dúvida havia guerreiros em frenesis insanos, mas há evidência de que nudistas lunáticos aparecessem regularmente no campo de batalha. O mesmo é verdadeiro com relação ao elmo com chifres, para qual não há absolutamente qualquer prova contemporânea, Os guerreiros vikings eram sensatos demais para colocar um par de protuberâncias nos elmos, posicionadas de modo ideal para permitir ao inimigo derrubá-lo da cabeça. É uma pena abandonar esse ícone do elmos com chifres, mas infelizmente eles não existiram.’’- Bernard Cornwell, pag.360

O elmo com chifres passou a se tornar popular não no período medieval propriamente, mas sim a partir do século XIX com o Romantismo, o qual influenciou uma onde de nacionalismos europeus, onde pintores passaram a pintar sobre os ancestrais de seus países. Pelo fato de que a arqueologia ainda estava se desenvolvendo naquele século, muito sobre a história viking e seus costumes e cultura era desconhecido, e o pouco que se sabia advinha de alguns relatos escritos, principalmente de estrangeiros, pois os vikings não usaram o alfabeto rúnico para escrever sua história.

Logo, alguns destes relatos referiam-se aos vikings como cruéis bárbaros do Norte, que assolavam mosteiros e os mares com a pirataria. Que matavam cristãos a sangue frio e com resquícios de crueldade. Além disso, os pintores que desconheciam a história viking foram buscar inspiração em outros locais, logo, passaram a pintá-los com elmos adornados com asas (algo característico dos celtas, pois havia capacetes adornado com asas, mas era algo ligado a ornamentação, e não ao uso prático no campo de batalha).

Todavia, as asas foram substituídas pelos chifres, por parecerem mais apropriados a imagem "diabólica" daquele povo, além do fato, que na Idade Média, os chifres eram associados ao mal, aos demônios e a Satã. Logo, tomando como referência relatos cristãos que falavam de selvagens do Norte que pareciam ter saído do Inferno, o elmo com chifres caiu de forma apropriada para esse imaginário que continuou a ser reelaborado pelo século XIX e XX, e ainda hoje, se encontra presente em algumas representações e fixado no imaginário comum. No entanto, muitos livros e produções recentes estão combatendo essa visão deturpada da vestimenta viking e de alguns aspectos da sua cultura.

Nessa imagem, esse seria o elmo usado pelos vikings. É importante mencionar que o uso de armaduras entre os vikings não foi algo comum. O uso de cota de malha se devia principalmente aos que tinham condições financeiras para comprá-la, pois era algo caro, ou teria a herdado do pai, do avô, ou a roubou. Muitos vikings iriam para o campo de batalha utilizando suas vestes normais, ou até mesmo poderiam ir sem camisa.
Fontes:
Livro- O último Reino, Bernard Cornwell, Nota Histórica.
Blog-Seguindo os passos História
#Nimue

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